"Com vantagem logística [boa parte delas está a menos de 100 quilômetros dos portos], cerca de 80% da produção de açúcar é vendida no mercado externo", diz Renato Cunha, presidente do Sindicato das Indústrias de Açúcar e Álcool de Pernambuco (Sindaçúcar-PE). "As usinas tiveram de financiar a exportação com recursos próprios em 2008 e agora enfrentam problemas de fluxo de caixa. Cada usineiro administra a falta de recursos de uma forma. Algumas estão realmente deixando de pagar seus fornecedores", diz Pedro Melo Nogueira, presidente (Sindaçúcar-AL). A crise financeira das usinas sucroalcooleiras não está concentrada no Nordeste, mas como as empresas da região não têm as mesmas vantagens competitivas que as do Centro-Sul, cuja produtividade média fica entre 80 e 90 toneladas de cana por hectare, ante 60 toneladas por hectare no Nordeste, por exemplo, o impacto negativo tem sido mais agudo. O endividamento das usinas da região oscila entre 0,7 do faturamento até 1,5 vez em boa parte dos casos. "Essas usinas, por terem perfil exportador, sofrem mais com a oscilação do câmbio. O crédito está escasso em todo país, mas a região sente de forma aguda, uma vez que tem os custos de produção maiores e a escala industrial menor", diz João Adamo, diretor da gestora de recursos Vision. Um dos tradicionais grupos do setor, o Tavares de Melo, desfez-se em 2007, início da crise do setor, de seus ativos em açúcar e álcool. O grupo pernambucano vendeu naquele ano suas cinco unidades para a companhia francesa Louis Dreyfus, marcando a expansão da multinacional no segmento. (Valor Econômico - 20.07.2009)
Segunda, 20 de julho de 2009
Setor sucroalcooleiro: usinas tiveram de financiar a exportação com recursos próprios em 2008
Trackbacks
URI específica do trackback para este artigo
Nenhum Trackbacks
Comentários
Exibir comentários como
(Seqüencial | Discussão)
O autor não autorizou comentários para este artigo