A falta de conexão com o sistema de transmissão impedirá que 1,3 mil megawatts de usinas eólicas entrem em operação em 2013, disse a presidente executiva da Abeeólica, Elbia Melo. De acordo com a apuração da entidade com base em informações da Aneel e nas interações com os associados, a fonte deverá fechar 2013 com uma capacidade instalada de 5,9 mil MW, dos quais 4,6 mil MW serão capazes de efetivamente disponibilizar as suas ofertas ao sistema. Se confirmado, esse número significa um crescimento do volume de energia eólica concluído, mas que não pode ser escoado para os mercados consumidores. Segundo Elbia, usinas eólicas somando 622 MW estavam prontas ao final de 2012 nessa situação, uma vez que as obras de transmissão previstas para realizar a conexão com o sistema estão atrasadas - vale lembrar que a agência reguladora reconheceu o direito dos donos dessas usinas receberem a remuneração pelos ativos, ainda que a energia não estivesse chegando para os consumidores. A receita anual desses projetos "parados" foi estimada pela Aneel em R$ 300 milhões. (O Estado de S. Paulo – 15.04.2013)
Terça, 16 de abril de 2013
Eólicas deixarão de operar 1,3 MW por falta de conexão
País poderia economizar R$ 500 mi com eólicas
O Brasil poderia ter economizado cerca de R$ 500 milhões em 2012 se os parques eólicos construídos no Nordeste estivessem em operação. Desde meados do ano passado, novas usinas com capacidade para gerar 622 MW - potência suficiente para abastecer 1,1 milhão de residências durante um mês - estão paradas por falta de linha de transmissão. Se estivessem funcionando, o País poderia poupar mais água nos reservatórios e usar menos termoelétricas a óleo combustível e diesel, caras e poluentes. Segundo cálculos da Abeeólica, apenas em dezembro, as centrais eólicas em operação foram responsáveis por evitar outros R$ 500 milhões em ESS para cobrir o custo das térmicas. Responsável pela construção das linhas de transmissão, a Chesf argumenta que não conseguiu as licenças ambientais a tempo para tirar os projetos do papel. Resultado disso é que vários parques eólicos ficaram prontos em julho do ano passado e até agora não têm linha de transmissão para escoar a energia produzida. (O Estado de S. Paulo – 15.04.2013)
Leilões sinalizarão sobre sustentabilidade do setor, prevê Abeeólica
Em um mercado onde o novo modelo requer uma otimização cada vez maior entre investimentos e receita dos parques, os agentes do setor eólico esperam que os próximos leilões continuem apontando para a expansão sustentável da fonte. “Precisamos, pelo menos, da inserção de 2GW ao ano na matriz”, comentou presidente-executiva da Abeeólica, Elbia Melo. Ela acredita que esse seria um patamar adequado para manter os atuais fabricantes no país e consolidar a cadeia produtiva. O setor eólico enfrentará um momento de aperto nos custos devido ao aumento nos preços dos aerogeradores, já que os fabricantes terão que se adaptar a regras mais rígidas para obtenção de crédito junto ao BNDES, além da possibilidade das empresas geradoras terem ainda que investir em sistemas de transmissão. “Ainda que haja o aumento dos custos, a fonte vai continuar competitiva em comparação com outras.”, avaliou Elbia, em evento realizado na manhã desta segunda-feira. (Jornal da Energia – 15.04.2013)